Voc� se encaixa em mim de um jeito dif�cil de explicar. Voc� vai organizando seu corpo de forma que todas as partes dele se encostam nas minhas. O seu bra�o passa por debaixo da minha nuca, no v�o exato da curvinha do meu pesco�o. Acho que �s vezes seu bra�o deve formigar por ser apertado pela minha cabe�a � mas voc� nunca reclama. A gente se deita e voc�, automaticamente, vai passando seu bra�o pelo v�ozinho do meu pesco�o, enquanto o outro se fecha por cima do meu busto. � quase uma chave de bra�o de amor. E voc� coloca sua perna sobre a minha e a verdade � que quero me grudar em voc�, cent�metro por cent�metro. E voc� ent�o encaixa seu rosto na minha nuca. E respira. E o ar quente vai aquecendo ainda mais o meu corpo, que, a essa altura, j� n�o sabe mais o que � o frio. E sua respira��o alta � quase como um son�fero. � o extremo do aconchego, me mostrando que voc� est� realmente ali. E voc� puxa meu quadril imponentemente de encontro ao seu, formando o encaixe perfeito. Nessas horas, o sexo, que, em alguns momentos, parece latejar nas nossas veias com a urg�ncia de quem precisa de oxig�nio para funcionar, de repente n�o parece mais t�o urgente assim. De fato, ele vira coisa secund�ria, coadjuvante, diante do aconchego que o seu corpo grudado no meu proporciona. Cada cent�metro do meu corpo venera cada cent�metro do seu. Dali, friagem nenhuma se aproxima. E eu me recuso a pensar que aquilo n�o � amor. Talvez o amor que as pessoas busquem tanto, esteja nos micro prazeres escondidos por tr�s das delicadezas da vida e do encaixe das conchinhas. E a� tenho certeza que naquele momento, a energia que borbulha dos nossos corpos colados nada mais � do que o amor transbordando. Esfor�o-me pra continuar acordada, sentindo cada segundo daquilo que me completa, que me faz bem. Naquele est�gio entre a consci�ncia e o sono profundo, penso pela �ltima vez no dia que, com ou sem sexo, gosto profundamente de voc�. E ouvindo a sua respira��o igualmente profunda, sintonizo a minha com a sua, e adorme�o.