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CAMINHO
Sou poeta
e moro
na minha imagina��o.
O c�rebro � um moinho
e nele,
todos os dons quixotes
est�o vivos.
A loucura po�tica
� o vinho
que embriaga a lucidez.
O que a poesia quer
de verdade,
� entrar pela sala, pela cozinha,
pelos aposentos da palavra.
Quer esculpir a palavra
com cara, boca, ossos...
e quer ser seus olhos.
Quando escreve-se
"cadeira vazia"
senta-se ali, a palavra
"aus�ncia"...
E esse � o caminho
inevit�vel do poeta,
por um arco-�ris na escurid�o,
perseguir o inef�vel.
DANNIEL VALENTE
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