Pobre velha casa da minha inf�ncia perdida!
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!
Que � do teu menino? Est� maluco.
Que � de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano?
Est� maluco.
Quem de quem fui?
Est� maluco.
Hoje � quem eu sou.
Se ao menos eu tivesse uma religi�o qualquer!
Por exemplo, por aquele manipanso
Que havia em casa, l� nessa, trazido de �frica.
Era fei�ssimo, era grotesco.
Mas havia nele a divindade de tudo em que se cr�.
Se eu pudesse crer num manipanso qualquer -
J�piter, Jeov�, a Humanidade -
Qualquer serviria,
Pois o que � tudo sen�o o que pensamos de tudo?
Estala, cora��o de vidro pintado!
(Fernando Pessoa)
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