PORTO CORA��O
Que porto estranho � este?
N�o aportam barcos ou navios,
guindastes soltos, containers vazios,
ningu�m passa,nada existe.
Almas por aqui devem andar.
Talvez seja o porto,da pr�pria
solid�o.
Porto perdido,entre neblina e fuma�a.
Quem sabe, aqui n�o ancore a saudade.
As brumas brancas n�o existem
s� a escurid�o o invade.
Assim, fica o cora��o, quando o amor
parte, e n�o volta, n�o h� vida
tudo morre.
Um cora��o sem amor,
� um porto perdido,pelo espa�o.
Vive sempre vazio, abriga o fracasso,
com o tempo, s� lhe resta entregar-se
�s ilus�es, e a corros�o
das �guas da saudade.
Ah! pobre porto, pobre cora��o.
(Rold�o Aires)
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