Paralelas
Seres minha, � o que � preciso.
Nada mais me interessa do que
ao longe te avistar, e ver em teu
rosto , esse sorriso.
Seres minha,
longas s�o as noites para quem
de um amor depende para as dores
aliviar, e o fim de uma saudade decretar.
�s a poesia que eu decorei.
Cada parte tua � um verso,
teus olhos dois sonetos,
teus cabelos boca e queixo; que terceto.
As m�os, dois poemas.
E assim passo a noite, a cogitar.
Em casa, n�o consigo ficar,
fico ent�o no port�o para a rua espiar .
Longa ela �, uma paralela sem fim,
que no infinito vai dar.
�s vezes, penso por ela ir andando,
quem sabe no infinito possas estar.
E ali como uma outra paralela eu possa,
as leis da matem�tica confirmar,
que as paralelas que se amam, como n�s,
s�mente no infinito, v�o se encontar.
(Rold�o Aires)
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