M�quina Breve
O pequeno vaga-lume
com sua verde lanterna,
que passava pela sombra
inquietando a flor e a treva
� meteoro da noite, humilde,
dos horizontes da relva;
o pequeno vaga-lume,
queimada a sua lanterna,
jaz carbonizado e triste
e qualquer brisa o carrega:
mortalha de ex�guas franjas
que foi seu corpo de festa.
Parecia uma esmeralda
e � um ponto negro na pedra.
Foi luz alada, pequena
estrela em r�pida seta.
Quebrou-se a m�quina breve
na precipitada queda.
E o maior s�bio do mundo
sabe que n�o a conserta.
Cec�lia Meireles
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