IRREAL
Eu quero mergulhar no meu sonho,
Onde � meu para�so
Onde minha alma mora
Onde ela flutua
Eu moro num lugar invis�vel
Dentro da minha mente
Eu moro numa semente
Ao acaso
Que n�o foi plantada
E tenho essa saudade insana de coisas que nunca vi
Eu tenho sentimentos latentes por seres que n�o conheci
tenho essa minha vontade imensa
Inexor�vel que me impele as paredes da alma
E me lan�a em abismos e me atrai ao firmamento
Eu tenho esse tormento em meu interior
E minha voz � essa caixa onde guardo os papiros da minha est�ria.
E nunca houve personagens que me tocaram
Mas me ferem, me abra�am, me enla�am no leito virgem
De vinagre e vinho � o paladar da minha l�grima,
Eu moro dentro de um filme e amo o principal poema
Escrito nele e os cavalos que cavalgam nele
E as borboletas que inflam os olhos do verdugo
E sangram as retinas dos soldados mortos
E as m�os puras da crian�a pobre
E a nudez do anjo que perdeu a ceifa e os ceifeiros
E a minha natureza me molesta todos os desejos de mulher
E eu nem sei de onde venho e porque me sinto tanto
Assim em coisas al�m das minhas estrelas
Al�m das minhas retinas
E sou da poeira e do vento o que a dor faz do cimento
E da lua idiota perdida no espa�o como uma louca,
Eu sou apenas essas palavras que nunca saem da boca
Mas elevam o c�u em mim e me atrasam os rel�gios
Angustiosos em que serpentes cessam o tempo
Um tempo onde morro em um p�ntano e evoco
Todo o firmamento pra ser a virgem fiel ao sombrio
Espectro num corcel negro galopando ao som do silencio.
(Claudia Morett)
→.●๋♫ ک�l ♫●.←