Eu morri nos teus olhos
E eles eram precip�cios
Onde eu caia indefinidamente
Morei nos teus sonhos
E eles eram labirintos
Entrei nos teus poros
E eram dunas onde eu me movia
Sombreando teu rosto
E guardando de tua ess�ncia
A seiva mais pura do teu silencio
E o teu silencio me arranha os olhos
E tua voz � estrangeira em minha retina
Eu penso que sou teu avesso
E moro na tua rua
E dentro do teu riso eu sei que preciso
Essa do�ura rude inquietante
Que me morde o paladar
Que me rabisca na pele
Garatujas coloridas
E tatua minha l�ngua
De sede e cimento.
Voc� veio morar assim definitivamente
Dentro do casulo im�vel do meu pensamento,
Costurado a minha alma
Emaranhado nos meus novelos
Enfeitando meus cabelos com luzes e argento.
O c�u pl�mbeo caiu sobre a cidade branca
E houve uma explos�o de sentimentos.
N�o sei mais de mim!Nem de voc�!
S� sei do fundo v�treo do olhar de cimento
Que tanto me olha, mas nunca me v�.
Claudia Morett
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