VERMELHO E PRETO
A vida� o tango�
Olhares descruzados,
ritmos partilhados,
sonhos desejados�
Vermelho e preto, o contraste perfeito
Vermelho� cor� sangue� vida� paix�o�
Preto� desalento� aus�ncia� sil�ncio� trai��o�
Nas cores do tango,
com os acordes do desalento de guitarras nos seus queixumes,
a luta de uma alma tra�da,
numa batalha vencida�
No sil�ncio da vida, em gestos de fortes emo��es,
desligaste a m�sica e sacudiste o tempo,
num s� momento�
Estremeceu a alma com a for�a do cora��o
Quanta paix�o � quanta ilus�o�
afastada� adulterada�
Sozinha� e perdida� no som de um tango que ainda chora�
solto os fonemas da alma�
nesta m�sica de sil�ncios desfeitos�
O vento soprou� a l�grima rolou� o tempo parou�
Passos perdidos� desajustados�. desesperados�
O empurr�o da vida numa trai��o sentida�
Vermelho� dor�. Preto� sil�ncio
Acendem-se as luzes e a m�sica recome�a,
tocam-se os sentidos, agora definidos�
na dan�a imagin�ria de uma vida solit�ria�
Cai o xaile no ch�o,
tingido de vermelho, da dor da desilus�o �
O par perfeito� agora desfeito�
Lentamente, o mundo acaba,
o sonho desaba, na morte antecipada.
O vermelho da vida tinge-se com o preto da morte�
Pela mentira, desfragmenta-se a vida,
aniquila-se a ilus�o da dan�a perfeita da nossa paix�o.
Vermelho� preto�
O compasso bin�rio de um tango que diz adeus,
entre l�grimas de intensa saudade�
na m�sica ardente de sil�ncios teus�
Mariana Loureiro
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