Plena mulher, ma�� carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
Que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar � uma viagem com �gua e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar � um combate de rel�mpagos e dois corpos
por um s� mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em del�cia
corre pelos t�nues caminhos do sangue
at� precipitar-se como um cravo noturno,
at� ser e n�o ser sen�o na sombra de um raio.
Pablo Neruda
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