"AMOR-PERFEITO"
Suas cores s�o de outrora,
com muito pouca diferen�a:
o roxo foi-se quase embora,
o amarelo � vaga presen�a.
E em cada cor que se evapora
v�-se a luz do jardim suspensa.
T�o fina foi a vida sua,
t�o fina � a morte em que descansa!
Mais transparente do que a lua,
mais do que as borboletas mansa!
Tanto o seu perfil atenua
que, em peso, � menos que a lembran�a.
Veludo de divinos teares,
hoje seda seca e abolida,
preserva os vest�gios solares
de que era feita a sua vida:
fr�gil cora��o, capilares
de circula��o colorida.
Se o levantar entre os dedos,
p�len de tardes e sorrisos
cair� com t�midos segredos
de tempos certos e imprecisos.
� cinco p�talas, � enredos
de sentimentais para�sos!
Mas da leve gota pousada
no veludo, - mole diamante
que foi a resposta da amada,
que foi a pergunta do amante -
dela n�o se ver� mais nada:
perdeu-se no vento inconstante.
(CEC�LIA MEIRELES)
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