Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci sal�es cinzentos,
T�neis habitados pela lua,
Hangares cru�is que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Ca�do, abandonado e deca�do,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ningu�m,
At� que tua beleza e tua pobreza
De d�divas encheram o outono.
Angela Adonica (Pablo Neruda)
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