Princesa Desalento
Minh"alma � a Princesa Desalento,
Como um Poeta lhe chamou, um dia.
� magoada, e p�lida, e sombria,
Como solu�os tr�gicos do vento!
� f�gil como o sonho dum momento;
Soturna como preces de agonia,
Vive do riso duma boca fria:
Minh"alma � a Princesa Desalento...
Altas horas da noite ela vagueia...
E ao luar suav�ssimo, que anseia,
P�e-se a falar de tanta coisa morta!
O luar ouve minh"alma, ajoelhado,
E vai tra�ar, fant�stico e gelado,
A sombra duma cruz � tua porta.
Florbela Espanca
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