Como me defender das palavras,
Que saem s�fregas do fundo mesmo
Do mesmo abismo que vivo e que vives?
Em que n�o nos encontramos mat�ria
Mas nos perdemos nos vapores
E nos fluidos mais densos
Mais material que a imortalidade do que sentimos,
E agimos assim suplicando ao vento que traga o alento
Ou o gosto mesmo da �gua impl�cita e que doce
Depois de tanto veneno � vertida gota a gota,
Da sua dolorosa expecta��o ante o tr�gico mundo
Em que vivo e que vives submerso e grave,
Escrevendo o contorno do teu amor,
Onde bebo d�bil, na sua fonte sonora
o al�vio pra minha sede, o alento pra minha dor.
Claudia Morett
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