Sabor a Fel �
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N�o sei porqu�, mas os meus olhos hoje turvaram-se quando olhei a lua, talvez
porque quando olhei a rua n�o te vi passar; est�o habituados a fixar o seu olhar na
marca deixada pelos teus passos na estrada e na sombra esvoa�ada das pontas do
sobretudo que aquece o teu corpo, que hoje por nada verem, ficaram cegos
.
N�o sei porqu�, mas os meus olhos hoje n�o se riem, talvez porque as pedras da
cal�ada deixaram de brilhar, deixaram de os alumiar por n�o sentirem nelas o t�o
habitual compassado bailado dos teus passos
.
N�o sei porqu�, mas os meus olhos hoje n�o gostam das minhas pestanas, talvez
porque eles pensem serem espinhos de rosas
mal retirados do caule da flor do amor
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N�o sei porqu�, mas os meus olhos hoje n�o sabem juntar as tuas palavras, talvez
para que n�o as possa ler, para que n�o me iludam, e para que tamb�m n�o me
autorizem a ver, se tu calcorreias ou n�o, a minha rua
.
N�o sei porqu�, mas os meus olhos hoje fecham-se de segundo em segundo, talvez para
n�o olharem as horas, n�o sentirem que elas passam, e n�o se aperceberem de que tu
n�o vens.
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N�o sei porqu�, mas hoje sinto os meus olhos humedecidos e salgados com um travo
amargo nas minhas �ris, talvez pela falta dos teus, e tamb�m por deles ter
deslizado uma p�rola cinza, com um sabor a falta de amor
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N�o sei porqu�,
mas os meus l�bios hoje sabem
e t�m,
a cor do fel �
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Mag� Figueiredo
→.●๋♫ ک�l✿ڿڰۣ� ♫●.←
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