Acho uma pena que falar em cora��o tenha se tornado uma coisa t�o antiga.
Mas o fato � que tornou-se.
Cora��o dilacerado, cora��o em peda�os, cora��o na m�o...
Sentimos tudo isso, mas a verbaliza��o soa piegas.
E, no entanto, estamos falando dele, do nosso �rg�o mais vital, do nosso armazenador de emo��es, do mais forte opositor do c�rebro, este sim, em fase de grande prest�gio.
O que est� em alta?
Intelig�ncia, racioc�nio, l�gica, perspic�cia!
Gostamos de pessoas que pensam r�pido, que s�o coerentes, que evoluem, que fazem os outros rirem com suas ironias e coment�rios espertos.
Toda essa efici�ncia s� corre risco de desandar quando entra em cena o inimigo n�mero 1 do c�rebro: o cora��o.
� o cora��o que faz com que uma super mulher independente derrame baldes de l�grimas por causa de uma discuss�o com o namorado.
� o cora��o que faz com que o empres�rio que precisa enxugar a folha de pagamento relute em demitir um pai de fam�lia.
� o cora��o que faz com que todos tremam seus queixinhos quando o Faust�o p�e no ar o quadro arquivo confidencial!
Eu gostaria que o cora��o fosse reabilitado, que a simples men��o dessa palavra n�o sugerisse sentimentalismo barato, mas para isso � preciso trat�-lo com o mesmo respeito com que tratamos o c�rebro, e com a mesma economia.
Se a express�o "beijo no cora��o" � considerada "over", voltemos a ser simples.
Mandemos beijos e abra�os sem determinar onde; quem os receber, tratar� de senti-los no local adequado.
Martha Medeiros
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