
Amor matinal
Tu badalastes meu peito vorazmente
Como badalam os sinos da catedral
Na silenciosa madrugada magistral
Em que a rosa se espalha t�o lentamente
Pelo ch�o clamando pelo primeiro alvor
Da manh�, agora num desvario sobejo
Clamo-te para derreter com teu beijo
Gostoso que arranca de mim qualquer pudor...
Logo em n�s come�a arder atroz torpeza,
O perfume que verte como orvalho
Que se debru�a sobre a flor que enxovalho
Com minha espada flamejando esperteza...
Tua r�vora se torna rubra mortalha
Sobre meu corpo estendido e at�nito...
Meia noite, mil acordes, rebento fr�mito...
Corpo consumido, mas a alma gargalha
Ardendo e deleitando-me e ver florescer
Um arco-�ris colorido de lux�rias
Ao brotar o alvor do dia sei que em lam�rias
Vou me afogar quando esta noite fenecer...
Carlos Barbosa
Sol
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