PAI
Sei que este espa�o � dedicado � postagem de poemas. Tenho visto e lido nesses dias, tanto aqui como em outras comunidades, diversos trabalhos, poemas, dedicados aos pais. Confesso que tamb�m pensei, at� tentei, como em outros anos, mas n�o consegui escrever nada a respeito.
Tenho no meu velho e falecido pai, o espelho de onde reflete meu eu, n�o como apenas uma imagem, mas como sendo a minha vida, a minha historia, a mim como um todo.
E de mim, at� me permito falar, expor, me expor. Mas sobre meu pai, tem alguma coisa contida, empreguinada, uma prote��o talvez velada pelo respeito e pela devo��o; tem algo de sagrado em nossas conversas, em sua condu��o, que entendo t�o nosso, que cont�-las, que fosse em versos, seria como violar nossa intimidade, nossa cumplicidade, mas dele do que minha. E n�o haveriam versos que estivesse com a qualidade e a serenidade que traduzissem o poema que foi meu pai enquanto vivo.
Falar dos pais, ou de mim mesmo como pai, parece que estaria traindo-o, parece que estaria traindo a mim mesmo, tamanha meu gosto e meu regalo pelo homem que me ensinou a vida, para a vida. Que me puxou as orelhas, que me conduziu a vida toda e o faz hoje ainda, pelas minhas mem�rias e as suas palavras que o vento e o tempo sopram todo o tempo na minha consci�ncia.
Dizer que era um s�bio popular � pouco. Dizer que sua serenidade impunha respeito, tamb�m � pouco. Dizer que sua forma at� bruta, mesclada com a candura dos seus carinhos, tamb�m n�o traduz tudo.
N�o me sinto capaz de fazer versos para ele. Nem mesmo um poema, j� que sou, por mim s�, um POEMA GENETICO COMPOSTO POR ELE, no princ�pio, no meio, no fim da minha vida toda.
EACOELHO
Sєjαм Bєм-Viηdσs!!!
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