"UM LUGAR PARA FICAR"
Quem j� passou por um posto de ped�gio sabe que o relacionamento com quem est� dentro da cabine n�o � o mais �ntimo do mundo.
� um dos mais freq�entes n�o encontros: estende m�o, d� o dinheiro, pega o troco, vai embora.
Um dia, em 2004, passei por um ped�gio a caminho do litoral norte GA�CHO. Uma m�sica tocava, aos berros.
Parecia uma festa. Olhei em volta. Nenhum CARRO com janela aberta, nenhum TRIO EL�TRICO � vista.
Olhei para cabine. L� dentro, um homem dan�ava.
_O que voc� esta fazendo? _perguntei.
_Estou dando uma festa. _Ele respondeu.
_E cad� o resto das pessoas? _Olhei para as outras cabines.
_O que lhe parece aquilo? _Ele disse apontando para as cabines.
_S�o...Cabines de ped�gio. O que mais podem ser? _Respondi.
_Caix�es verticais. Todo o dia, �s oito e meia da manh�, umas pessoas vivas entram l�.
Ficam mortas durante oito horas. �s quatro e meia, como L�ZARO ressurgindo dos mortos, elas ressuscitam e v�o para casa.
S�o oito horas sem c�rebro, mortas no trabalho.
AUT�MATOS.
Fiquei perplexo. O rapaz tinha criado uma filosofia, uma mitologia do seu trabalho.
Dezesseis pessoas mortas no trabalho e a d�cima s�tima exatamente na mesma situa��o inventam um jeito de VIVER.
N�o contive a curiosidade:
_Porque � diferente para voc�? Voc� est� se divertindo?
_Sabia que voc� ia perguntar. N�o entendo porque todo mundo acha meu trabalho chato.
Tenho um escrit�rio todo envidra�ado, com vista panor�mica. Tenho vista para o campo, vejo as colinas, o c�u azul e o verde constante das �rvores. Metade do Rio Grande do Sul, e boa parte do Brasil fazem turismo aqui... Eu s� tenho que dar uma caminhada e treinar uns passos de dan�a.
VER�DICO
Giovani Vsl
Sєjαм Bєм-Viηdσs!!!
�─────��:.>ﻺﻍFr@nﻺﻍ<.:��─────�