O ABISMO
Pascal em si tinha um abismo se movendo.
- Ai, tudo � abismo! - sonho, a��o, desejo intenso,
Palavra! E sobre mim, num calafrio, eu penso
Sentir do Medo o vento �s vezes se estendendo.
Em volta, no alto, embaixo, a profundeza, o denso
Sil�ncio, a tumba, o espa�o cativante e horrendo...
Em minhas noites, Deus, o s�bio dedo erguendo,
Desenha um pesadelo multiforme e imenso.
Tenho medo do sono, o t�nel que me esconde,
Cheio de vago horror, levando n�o sei aonde;
Do infinito, � janela, eu gozo os cru�is prazeres,
E meu esp�rito, �brio afeito ao desvario,
Ao nada inveja a insensibilidade e o frio.
- Ah, n�o sair jamais dos N�meros e Seres!
Baudelaire
Sєjαм Bєм-Viηdσs!!!
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