Que minha prece n�o seja vaidosa (Padre Zezinho) J� tive e vejo que ainda me assalta esta mania de achar que Te conhe�o
e que sou mais religioso do que os outros; �s Deus e sabes o que me vai na alma.
Seria tolo se dissesse que sou mais religioso que os demais que oram na minha
e nas outras igrejas; n�o sou e n�o sei, talvez saiba um pouco mais do que alguns
mas o que sei n�o me autoriza a dizer que oro direito. J� sofri e de vez em quando ainda sofro da tenta��o de achar que me escolheste
mais do que aos outros e que te conhe�o mais do que os outros te conhecem.
Afinal, estudei mais do que eles!� Ledo engano!
H� irm�os que estudaram pouco e oravam e oram melhor do que eu; minha m�e
e meu pai, por exemplo� por isso, prossigo pedindo a humildade de entender
que sou como casa cheia de cortinas; �s vezes deixo a luz entrar; �s vezes me fecho
e me escure�o; imagino que h� outras casas de cortina que se abram mais.
Por isso n�o julgarei ningu�m; � poss�vel que o jeito deles seja mais certo do que
o meu; � poss�vel que o meu seja mais certo do que o deles mas, isso, s� tu podes
julgar; da minha parte, orarei sem estabelecer compara��es; se discordar do jeito
do meu irm�o orar, terei que engolir esta discord�ncia, porque n�o sei se as minhas
ora��es chegam a Ti com a mesma intensidade das preces dele; o que sei � que ele
precisa orar e ora e eu preciso orar e oro, menos do que poderia e menos do que
deveria; o que eu sei � que nem sempre as nossas ora��es concordam, nem tamb�m
o nosso jeito de encarar a vida, mas nunca direi que sou mais santo do que ele ou que
ele � menos Teu do que eu; falarei com santa corre��o fraterna do por que da minha
diverg�ncia, mas, julgar, n�o julgarei; orarei por ele que n�o ora como eu e espero
que ele ore por mim que n�o oro como ele; afinal, somos crentes e acreditamos que
no Teu colo cabem filhos que pensam, sonham, choram e oram de um jeito diferente
desde que admitam que precisam partilhar o colo do mesmo Pai.