O Deus presente que muda qualquer situa��o�
Caminhei, Senhor, diligentemente, por incont�veis montes e vales existenciais aprimorando meu cora��o que era s� voc�, em todos os momentos, sem no��o exata de minha partida e sem saber como e quando seria o t�rmino da viagem...
Ergui-me do ch�o para fitar os c�us e meus olhos banhados de inoc�ncia, viram-te em toda a gl�ria e esplendor nos fen�menos naturais que me circundavam, e o fr�gil entendimento curvou-se diante de tua for�a e sabedoria!... Entre temeroso e comovido, dei-te um nome quando te vi no Sol, outro nome quando estavas na Lua e outros tantos em cada estrela fulgente que divisei na grande ab�boda do mundo, chorando muitas vezes, extasiado, diante de tua imensa grandeza! ...
No entanto, um dia, vertidas longas faixas de tempo, pensei que me bastava e, forte e impetuoso, larguei de tua m�o intentando caminhar sozinho pelas trilhas humanas que me destes por escola de aprimoramento... Seguro sobre os meus pr�prios p�s avancei eras � dentro, levantando com meu suor e minha capacidade todas as civiliza��es da Terra, esquecendo-me pouco a pouco de Ti e de Tua presen�a indivis�vel nos frutos de minhas realiza��es...!
N�o mais estavas no Sol, que passei a examinar matematicamente e, muito embora respeitoso ainda perante sua tremenda for�a, o classifiquei como um astro a mais destinado a perecer impreterivelmente no tempo e no espa�o, como tantos outros astros do infinito...
N�o mais te vi na suave luz emanante da Lua, transformada em luminosa por�m vulgar decora��o de minhas noites de festa e orgia... Embriagado de sentidos e licores, j� n�o queria senti-la falando-me de Ti, em seus raios de l�nguido esplendor...
Tamb�m n�o mais estavas no c�u, nas estrelas, na chuva, no vento, no trov�o, no raio inclemente, no alto dos montes e no sil�ncio das tundras... N�o mais estavas na dor de nascer e na dor de morrer, onde substitui tua interfer�ncia pela minha ci�ncia, aclarando cada fen�meno conforme os meus conhecimentos e elucidando-os vagarosamente, degrau p�s degrau, creditando ao meu esfor�o pessoal cada derrota, cada vit�ria, cada passo al�m!...
N�o mais estavas em lugar algum de minha exist�ncia.
Eu era, enfim, deus de mim mesmo...
Conquistei o mundo assim, Senhor, submetendo-o ao meu entendimento e � minha intelig�ncia, caminhando rumo � domina��o completa de todos os elementos materiais do orbe com a seguran�a e o vigor do pequeno onipotente - teu reflexo! a viver em mim, silenciosamente...
No entanto, inexplicavelmente, quando passei a dissecar p� e carne com maestria inigual�vel, quando dei por mim olhando o mundo com a serena sapi�ncia dos g�nios, descobri que nada sabia al�m de mat�ria e ent�o, premido por angustiantes quest�es outrora desprezadas, passei a ver-Te novamente em todas as coisas, como se nunca tivesses estado ausente de minha vida por um momento que fosse!...
Hoje, por faltarem-me elementos novos com que classificar a vida que prossegue imp�vida rumo � esta��o do futuro, que � sempre novo e belo, n�o obstante a imensa mis�ria humana e da qual ainda sou ativo participante, s� me resta aceitar que Tu est�s e estar�s sempre em tudo: no Sol, na Lua, nas estrelas, no vento, na chuva, nos montes, nas tundras, na dor de nascer e na dor de morrer...
Em tudo, Senhor, e principalmente em mim...
Ciente de minha fragilidade, como outrora, preparo-me agora para analisar cientificamente Tua interfer�ncia sutil em tudo o que me rodeia, por�m refazendo o gesto que separou-me de Ti, h� tanto tempo atr�s: seguro tua m�o novamente e rogo, n�o permitas mais que eu solte de Ti porque agora, para compreender com o esp�rito o mundo que me destes por ber�o, necessito investigar o que seja o amor, elemento equalizador de todas as pot�ncias e que sei hoje emana somente de Ti, qual energia inestanc�vel, e sem a qual � simplesmente imposs�vel viver!...
Assim seja!
Bom Dia !
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