O Deus presente que muda qualquer situa��o�
O mist�rio da rejei��o
Jesus vai a Nazar� onde passou sua vida oculta antes do in�cio de seu minist�rio. Por mais que sejamos abertos a todo o mundo, nosso cantinho guarda sempre uma m�stica diferente. � justamente ali que Jesus recebe a recusa de sua pessoa e de sua miss�o. Recusam-No por n�o admitirem que algu�m igual a eles possa ter sabedoria e fazer milagres e ser um enviado de Deus. O bloqueio foi tanto que Jesus �n�o pode fazer ali milagre algum� (Mc 6,5). Parece dar a entender que a rejei��o bloqueia a a��o de Deus. Jesus sentiu isso na pele da parte de seus conterr�neos e familiares. Ele dir�: �Os inimigos do homem s�o seus pr�prios familiares� (Mt 10,36). Diz tamb�m: �Um profeta s� n�o � estimado em sua p�tria, entre seus familiares� (Mt 6,4). Esta rejei��o a Deus � fruto da dureza do cora��o, como podemos ler no profeta Ezequiel que ouviu de Deus esta recrimina��o: �Filho do homem, eu te envio aos israelitas, na��o de rebeldes, que se afastaram de mim. Eles e seus pais se revoltaram contra mim at� o dia de hoje. A estes filhos de cabe�a dura e cora��o de pedra, vou enviar-te� Quer escutem, quer n�o � pois s�o um bando de rebeldes � ficar�o sabendo que houve um profeta entre eles� (Ez 2,3-5). Podemos considerar essa mesma leitura diante do fechamento da sociedade � Palavra de Deus anunciada pela Igreja, nas situa��es concretas. De onde vem essa rejei��o, endurecimento e cabe�a dura? � fruto da adora��o de �dolos que est�o pululando por a�. Quando se fecha o cora��o a Deus, os �dolos se multiplicam e se justificam. Mas � necess�rio que saibam que h� algu�m que pensa diferente, tem uma mensagem clara e � um profeta que transmite a Palavra de Deus. Os frutos vir�o. Reconhecer a d�diva de Deus � sempre um benef�cio para amolecer a dureza do cora��o e a cabe�udice. Tudo isso � influ�ncia do maligno que provoca ao mal.
Espinho na carne
O profeta tamb�m participa da rejei��o feita a Cristo. Paulo afirma que trazemos em nossos corpos as marcas de Jesus (Gl 6,18). S�o as cicatrizes dos maus tratos suportados por Cristo. Na leitura da Segunda Carta aos Cor�ntios, descreve essa participa��o nos sofrimentos de Cristo: �� Para que eu n�o me ensoberbecesse, foi espetado na minha carne um espinho que � um anjo de satan�s a esbofetear-me�� (2Cor 12, 7). N�o sabemos o que seja. Parece ser um problema nos olhos, pois escreve aos G�latas: �Se vos fosse poss�vel, ter�eis arrancado os olhos para d�-los a mim� (Gl 4,15). Paulo sofre ainda a persegui��o dos falsos irm�os (2Cor 11,26), que pode ser esse espinho da rejei��o. Jesus lhe garante apoio quando se sente fraco: �Basta-te minha gra�a, pois � na fraqueza que a for�a se manifesta� (2Cor 12,9). A Palavra de Deus � sempre doce ao paladar, mas amarga no est�mago (Ap 10,8-11). � preciso continuar profetizando. A ressurrei��o de Cristo garante a ressurrei��o do profeta.
Nossos olhos est�o fitos no Senhor.
A crise que o anunciador do Evangelho pode passar diante da rejei��o da Palavra de Deus � respondida pelo salmo 122: �Nossos olhos est�o fitos no Senhor�. O ap�stolo deve desenvolver a dimens�o espiritual. N�o se trata de uma atitude espiritualista que se caracteriza pelo se sentir bem. A espiritualidade aut�ntica � fruto uni�o a Cristo sofredor. � ter uma vida coerente com a Palavra anunciada. H� uma tend�ncia a criar um pseudo espiritualismo que nos satisfaz, mas n�o nos converte a Cristo. N�o quer dizer que seja s� cruz, pois o auge da espiritualidade � a ressurrei��o, mas n�o sem a cruz.
Leituras: Ezequiel 2,2-5; Salmo 122; 2 Cor�ntios 12,7-10; Marcos 6,1-6
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