NADA...
Quem sou?
De onde veio este meu corpo?
De que lugar, este gosto amargo
que trago na l�ngua?
De quem ser� minha boca?
Pra quem guardo meus beijos?
Quantos s�is e luas ainda terei que esperar
por quem h� de um dia chegar?
Quantas interrogativas usarei?
Quantas exclamativas?
Quantas alternativas terei?
N�o sei. Realmente n�o sei nada.
Do corpo que tenho, nada possuo.
Concluo que n�o sou dono de mim mesmo.
Cuido-me para dar-me aos outros.
Doar-me a quem procure abrigo.
O mundo � cruel e sinto-me uma fortaleza,
mas para mim mesmo sou fraco.
De vidro e depois caco
Sou ch�o.
Tapete a ser percorrido.
Pano imundo para a limpeza do mundo.
Sou gr�o.
Sou nada.
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