Agradecimentos
Um dia, um pai, grande empres�rio, de fam�lia muit�ssimo rica, levou seu filho de seis anos para viajar at� um lugarejo com o firme prop�sito de mostrar ao menino como � que pessoas t�o pobres podem viver em um mundo, onde s� ricos e poderosos t�m vez e voz.
Passaram dois dias e duas noites no s�tio de uma fam�lia muito pobrezinha...
Quando retornaram da viagem, o pai perguntou ao filho:
- "E ai filh�o, como foi a viagem para voc�?"
- "Muito boa papai", respondeu o pequeno.
- "Voc� viu filho, como as pessoas pobres podem ser? N�o sei como � que existe gente assim no mundo n�o � filh�o?"
- "Sim pai.", retrucou o filho, pensativamente.
- "E o que voc� aprendeu, com tudo o que viu nesses dias, naquele lugar t�o paup�rrimo?"
O menino respondeu:
- "� pai, eu vi que n�s temos s� um cachorro em casa, e eles t�m quatro.
N�s temos uma piscina que alcan�a o meio do jardim; eles t�m um riacho que n�o tem fim.
N�s temos uma varanda coberta e iluminada com florescentes e eles t�m as estrelas e a lua no c�u.
Nosso quintal vai at� o port�o de entrada e eles t�m uma floresta inteira. N�s temos alguns can�rios que por cima de tudo vivem presos em uma gaiola e eles t�m todas as aves que a natureza pode oferecer-lhes, soltas!
Nossa comida � toda industrializada e a maioria das vezes congelada. A deles � pescada no riacho, colhida na horta ou que pegam no terreiro, enfim papai, a alimenta��o deles � saud�vel, enquanto que a nossa n�o.
E al�m do mais papai, observei que eles rezam antes de qualquer refei��o, enquanto que n�s aqui em casa sentamos � mesa falando de etiquetas, neg�cios, cota��o do d�lar, eventos sociais, comemos, empurramos o prato e pronto!
No quarto onde fui dormir com o Tonho, passei vergonha pois n�o sabia sequer orar, enquanto que ele se ajoelhou e orou agradecendo a Deus, tudo, inclusive a nossa visita na casa deles; e n�s, aqui em casa, vamos para o quarto, deitamos, assistimos televis�o e dormimos.
Outra coisa papai, Dormi na rede do Tonho, enquanto que ele dormiu no ch�o, pois n�o havia uma rede para cada um de n�s, enquanto que aqui na nossa casa colocamos a Maristela, nossa empregada, para dormir naquele quarto onde guardamos entulhos, coitada, sem nenhum conforto, ao passo, que temos camas macias e cheirosas sobrando, mas fazer o que n�o � pai, se elas s�o s� para aqueles hospedes chatos e gananciosos que sempre vem nos visitar!"
Conforme o pequeno garoto falava, seu pai ficava estupefato, sem gra�a, envergonhado. E o filho na sua s�bia ingenuidade e no seu brilhante desabafo, levantou-se, abra�ou o pai e ainda acrescentou:
- "Obrigado papai, por me haver mostrado o quanto "pobres e mesquinhos" n�s somos!"
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