Conta-se que em Monomotapa viviam dois amigos, dois grandes amigos, tais como � muito raro de se encontrar por este mundo a fora. Numa noite, j� bem tarde, aproveitando a aus�ncia do Sol e todos dormiam, um deles acordou sobressaltado e acorreu � casa do outro. Acordou aos criados e ao amigo, que j� estavam entregues a Morfeu, que reinava em seu pal�cio. O amigo levantou-se de um salto, agarrou a espada, segurou a bolsa de moedas, apresentou-se a ele e disse: - Raras vezes te vi correr quando todos dormem. Conhe�o-te como homem que emprega melhor as horas destinadas ao sono; se perdeste no jogo, aqui te entrego a minha bolsa; se foste agredido, aqui est� a minha espada para te auxiliar. Vamos, estou pronto para te acompanhar. Mas, o que te aconteceu, afinal? -Em primeiro lugar te agrade�o o que me ofereces. N�o aconteceu nem uma coisa nem outra do que julgas, mas tive um sonho, no qual te vi muito triste e, por isso corri para aqui imediatamente. Foi um maldito sonho a causa de tudo. -Qual dos dois era mais amigo? Vale a pena propor este problema. Como � sublime um amigo verdadeiro! Como � raro haver um que, ao perceber em nosso rosto uma simples express�o de tristeza, preocupe-se por n�s e, que at� um sonho o fa�a correr para o nosso lado. � que uma pequena coisa, o que julgamos um nada at�, desperta-nos receio, quando se trata da pessoa que amamos.
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