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LUSCO-FUSCO - Verluci Almeida


LUSCO-FUSCO

Triste entardecer...
o sol no horizonte desmaia.
Estrelas respingam no c�u,
a lua surge e a noite se faz!

Te vejo ao longe, distante est�s
al�m das ondas, al�m do mar
entre estrelas sorrindo e um
belo luar, assim eu te vejo!

Acordo feliz, a chorar logo mais!
A �nica certeza � que jamais te verei!
Em meus sonhos me amando, sempre estar�s!
Em minha realidade... espa�o n�o h�!

�Verluci Almeida

06-04-2006





DESPEDIDA

E no meio dessa confus�o algu�m partiu sem se despedir;
foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais
triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separa��o
como �s vezes acontece em um baile de carnaval
� uma pessoa se perde da outra, procura-a por um
instante e depois adere a qualquer cord�o.

� melhor para os amantes pensar que a �ltima vez
que se encontraram se amaram muito � depois apenas
aconteceu que n�o se encontraram mais. Eles n�o se
despediram, a vida � que os despediu, cada um para
seu lado � sem gl�ria nem humilha��o.

Creio que ser� permitido guardar uma leve tristeza,
e tamb�m uma lembran�a boa; que n�o ser� proibido
confessar que �s vezes se tem saudades; nem ser�
odioso dizer que a separa��o ao mesmo tempo nos
traz um inexplic�vel sentimento de al�vio, e de sossego;
e um indefin�vel remorso; e um rec�ndito despeito.

E que houve momentos perfeitos que passaram,
mas n�o se perderam, porque ficaram em nossa vida;
que a lembran�a deles nos faz sentir maior a nossa solid�o;
mas que essa solid�o ficou menos infeliz: que importa
que uma estrela j� esteja morta se ela ainda brilha
no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

Talvez n�o mere�amos imaginar que haver� outros
ver�es; se eles vierem, n�s os receberemos obedientes
como as cigarras e as paineiras � com flores e cantos.

O inverno � te lembras � nos maltratou; n�o havia flores,
n�o havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro
como dois bonecos na m�o de um titeriteiro in�bil. Ah,
talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema
que n�o p�de haver; entretanto, � poss�vel que n�o
adiantasse nada. Para que explica��es?

Esque�amos as pequenas coisas mortificantes;
o sil�ncio torna tudo menos penoso; lembremos
apenas as coisas douradas e digamos apenas a
pequena palavra: adeus. A pequena palavra que
se alonga como um canto de cigarra perdido
numa tarde de domingo.

( Rubem Braga )





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