Soneto do Desmantelo Azul
Ent�o pintei de azul os meus sapatos
Por n�o poder de azul pintar as ruas,
Depois, vesti meus gestos insensatos
E colori as minhas m�os e as tuas.
Para extinguir de n�s o azul ausente
E aprisionar no azul as coisas gratas,
Enfim, n�s derramamos simplesmente
Azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em n�s, nem nos lembramos
Que na amplid�o que havia em nosso espa�o
Pudesse haver de azul tamb�m cansa�o.
E perdidos de azul nos contemplamos
E vimos que entre n�s havia um sul
Vertiginosamente azul. Azul
Carlos Pena Filho
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pela Lei 9.610 de 19/02/98.
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