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AFINIDADES - Para a poetisa Florbela Espanca



AFINIDADES
(para a poetisa Florbela Espanca)

Eras a flor... de todas a mais bela!
A poetisa sem sorte e em tua dor,
Viveste toda uma vida sem amor.
Triste e bela, teu nome era Florbela!

Mostraste ao mundo a tua solid�o.
Tua m�goa, em l�grimas naufragava.
Teus sonetos, com lirismo encantava.
S� tu sabias como sofria teu cora��o.

Em tua alma de p�ssaro encantado,
Vejo muito do que sinto, me espanta
Coisas minhas escritas em tuas linhas.

O amor por ti almejado e sonhado
Em versos declamado me encanta.
- Das afinidades em nossas rimas!


�Verluci Almeida
08/04/2007

Direitos Autorais protegidos
pela Lei 9.610 de 19/02/98.





"O meu mundo n�o � como o dos outros, quero
demais, exijo demais; h� em mim uma sede de
infinito, uma ang�stia constante que eu nem mesma
compreendo, pois estou longe de ser ruma pessoa;
sou antes uma exaltada, com uma alma intensa,
violenta, atormentada, uma alma que n�o se sente
bem onde est�, que tem saudade� sei l� de qu�!
(Florbela Espanca)






POETAS

Ai almas dos poetas
N�o as entende ningu�m,
S�o almas de violeta
Que s�o poetas tamb�m.

Andam perdidas na vida,
Como estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

S� quem embala no peito
Dores amargas secretas
� que em noites de luar
Pode entender os poetas.

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ningu�m
Tenho alma para sentir
A dos poetas tamb�m!

Florbela Espanca





Para qu�?!

Tudo � vaidade neste mundo v�o�
Tudo � tristeza, tudo � p�, � nada!
E mal desponta em n�s a madrugada,
Vem logo a noite encher o cora��o!

At� o amor nos mente, esta can��o
Que o nosso peito ri � gargalhada,
Flor que � nascida e logo desfolhada,
P�talas que se pisam pelo ch�o!�

Beijos de amor! Pra qu�?! � Tristes vaidades!
Sonhos que logo s�o realidades,
Que nos deixam a alma como morta!

S� neles acredita quem � louca!
Beijos de amor que v�o de boca em boca,
Como pobres que v�o de porta em porta!�

FLORBELA ESPANCA





Hora que Passa

Vejo-me triste, abandonada e s�
Bem como um c�o sem dono e que o procura
Mais pobre e desprezada do que Job
A caminhar na via da amargura!

Judeu Errante que a ningu�m faz d�!
Minh�alma triste, dolorida, escura,
Minh�alma sem amor � cinza, � p�,
Vaga roubada ao Mar da Desventura!

Que trag�dia t�o funda no meu peito!�
Quanta ilus�o morrendo que esvoa�a!
Quanto sonho a nascer e j� desfeito!

Deus! Como � triste a hora quando morre�
O instante que foge, voa, e passa�
Fiozinho d��gua triste� a vida corre�

Florbela Espanca


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Enquanto houver sonhos,
amor, esperan�a e fantasias,
haver� poetas e poesias.

___ Verluci Almeida ___





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