🌷 REZA DE M�E
Nem imagino onde eles est�o agora.
Era mais f�cil quando vestiam pijama
e pediam a hist�ria do elefante azul.
Parece que restou um cheirinho de talco
na almofada do quarto;
deve ser s� impress�o.
Nesse tempo, eu n�o tinha medo da noite:
ela era o telhado dos poetas;
as sombras eram apenas a franja
mal aparada pelos anjos.
A trava na porta me bastava.
Hoje, as camas vazias me assustam.
Elas acusam o passar das horas
e denunciam a revoada dos pardais,
os meus pardais,
J� n�o posso abrir minhas asas sobre eles.
S�o pequenas demais para cobri-los,
fr�geis demais para defend�-los.
Ainda bem que me resta a prece,
minha aliada nos dias de nuvens e
nas madrugadas sem fim.
Pe�o perd�o pela insist�ncia,
mas reza de m�e � assim mesmo:
pura perseveran�a.
Que Deus aben��e minhas crian�as
de barba na cara e cal�ado quarenta e dois
(o resto na vida � secund�rio e fica pra depois);
que as ilumine com Seu sorriso
e, se preciso, acione Seu s�quito de estrelas
(se tiver que us�-las, prometo devolv�-las).
E quando o cansa�o me quiser j� recolhida,
hei de poder sorrir pela miss�o cumprida.
� FLORA FIGUEIREDO
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Verluci Almeida |  |
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