Naquela tarde, como chovia!
Me lembro de que a chuva caia
l� fora
sem parar,
e seu surdo rumor at� parecia
um sussurro de quem chora
ou uma cantiga de embalar...
Me lembro de que tu chegaste
inquieta, ansiosa,
mas logo te aconchegaste
em meus bra�os, quietinha...
(...enroladinha como uma gatinha...)
E eu quase n�o sabia que fazer:
se de encontro ao meu peito te deixava adormecer...
se te mantinha acordada, para seres minha...
Me lembro que chovia, chovia sem parar...
E que a chuva ca�a a turvar as vidra�as
anoitecendo o quarto em tons ba�os...
Me lembro de que te sentia
aconchegada em meus bra�os...
Me lembro de que chovia...
E de que era bom porque chovia,
e porque estavas al�, e porque eu te queria...
Sim, me lembro que tudo era bom...
E que a chuva ca�a, ca�a,
mon�tona, sem parar,
naquele mesmo tom...
Naquela tarde, amor, como chovia!
Agora, quando longe de ti, nem sou mais eu
em minha melancolia,
n�o posso mais ouvir a chuva cair
que n�o fique a lembrar tudo que aconteceu
naquele dia...
Naquele dia
enquanto chovia...
( Poema de JG de Araujo Jorge,
extra�do do livro A S�S... , 1958 )
PISANDO NUVENS MACIAS
APANHEI UMA ESTRELA
PRA TE OFERTAR!