Li��o de Casa
Voc� tampa a panela,
dobra o avental,
deixa a l�grima secar no arame do varal.
Fecha a agenda,
adia o problema,
atrasa a encomenda,
guarda insucessos no fundo da gaveta.
A id�ia � tirar a tarja preta
e p�r o dedo onde se tem medo.
Voc� vai perceber
que a gente � que faz o monstro crescer.
Em seguida superar o obst�culo,
pois pode-se estar perdendo
um espet�culo acontecendo do outro lado.
Atravessar o escuro
at� conseguir tatear o muro,
que � o limite da claridade.
Se tiver capacidade para conquist�-la,
tente ret�-la o mais que puder.
H� que ter habilidade, sem esquecer
que a luz � mulher.
Do inferno assim desmascarado,
� hora de voltar.
N�o importa se � caminho complicado,
se a curva � reta,
ou se a reta entorta.
Voc� buscou seu brilho, voltou completa;
jogou a tranca fora, abriu a porta.
FLORA FIGUEIREDO
(Amor a C�u Aberto, Editora Nova Fronteira,
1992 - Rio de Janeiro, Brasil)