CARNAVAL
Ela passou na minha vida
vazia
de bo�mio e sentimental,
como passa num ano de tristeza
o rel�mpago de alegria
do carnaval...
Seus bra�os me envolveram como serpentinas
fr�geis, de papel,
e se romperam como as serpentinas
que se arrebentam quando o vento sopra
e se soltam no c�u....
Ela passou na minha vida, assim,
tal como passa na monotonia
de uma exist�ncia banal,
a furtiva beleza e a loucura de um dia
de carnaval !...
Nossa hist�ria, - o romance desse dia
sem �dio, sem despeito, sem rancor, sem ci�me,
nem podemos lembrar,
teve o destino irreal de toda fantasia
e a exist�ncia de um jato de lan�a-perfume
atravessando no ar...
O nome dela, n�o sei;
ela n�o sabe o meu, - que importa ? - n�o faz mal...
- N�o f�ssemos n�s dois apenas fantasias
n�o fosse a nossa hist�ria apenas carnaval !...
( Poema de JG de Araujo Jorge extra�do
do livro " AMO! " - 1a edi��o 1938 )
M�sica:
Marchinha/Mulata-Ie-Ie-Ie