Muitas pessoas s�o fascinadas pelo renascer do dia. Aurora .
� claro que ao nascer do dia, quando o menino-sol brinca com labaredas de fogo na f�mbria do horizonte sob o olhar risonho e complacente de um Deus de barbas brancas, bonacheir�o como o qu�, � esplendoroso, e mais: � no nascer de cada dia que a gente comprova que a vida ainda pulsa em n�s, ou, no dizer matreiro de um matuto quase Matusal�m do interior de S. Paulo, �Ara, s�, que b�o que n�is num acord� morto!�...
Mas eu, com o devido respeito �s opini�es divergentes, amo mesmo s�o as tardes mansas que caem bem lentamente, e o sol, agora j� av�, vai-se recolhendo ao ber�o espl�ndido que lhe foi preparado por Deus nos confins do Universo
As tardes, principalmente as tardes, outonais, cujo c�u � de um azul-azulado-azulzinho-beb�, s�o g�vidas de sil�ncio m�stico � tipo de sil�ncio especial feito t�o-s� para se ouvir a voz de Deus. Sei l�. Sempre amei essas tardes.
As tardes quietas que sepultam as velhas manh�s nos mostram que a VIDA � composta por ciclos, assim como a Natureza que se divide em 4 Esta��es. De fato, as tardes � talvez seja por isto que algumas pessoas n�o gostem delas � tocam bem no �ntimo da nossa consci�ncia e nos diz: �Ei, o dia caminha para o fim, logo a noite vem, e o que voc� tem feito da sua vida?�...
Tardes que cutucam nosso inconsciente para dizer da brevidade do tempo, da vida, dos amores, das amizades, das civiliza��es; enfim, da brevidade de tudo que inserido estiver na roda maluca do deus Cronos, menino travesso que nunca para, sequer para escutar conselhos s�bios de papai Urano e mam�e Gaia...
Todas as tardes vestidas de cinza, nos dias chuvosos, o de amarelo-ouro nos dias de sol, s�o sempre convidativas para uma conversa �ntima com a gente mesmo. Mas, acima de tudo, quietude interior, n�o obstante o ranger de dentes do lado de fora.
N�o sei. Para mim, enquanto todas as manh�s s�o sempre buli�osas, as tardes s�o mensageiras da paz que jaz no profundo do ser; paz que brota da certeza de que, apesar de tudo, o tudo que n�o muda nada diante do Imut�vel, do Eon, cujo sobrenome � Eternidade � e a Eternidade, diferentemente do q muitos pensam, n�o � est�tica e sim din�mica, parindo novas manh�s que trazem no seu bojo as sementes de todas as tardes que ainda est�o por vir...
...E que vir�o, dia ap�s dia, at� que a noite final-tempor�ria derrame a sua ternura trevosa sobre os nossos olhos carnais, que se fechar�o em qualquer tarde dessas, para incontinenti termos abertos os olhos do Esp�rito que, por fim mas n�o por �ltimo, contemplar�o as novas manh�s radiosas que nunca mais envelhecer�o em tardes...
Tenha uma maravilhosa tarde de PAZ...
Malu
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