Amor que � amor dura a vida inteira. Se n�o durou � porque nunca foi amor.
O amor resiste � dist�ncia, ao sil�ncio das separa��es e at� �s trai��es. Sem perd�o n�o h� amor. Diga-me quem voc� mais perdoou na vida, e eu ent�o saberei dizer quem voc� mais amou.
O amor � equa��o onde prevalece a multiplica��o do perd�o. Voc� o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim voc� olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado eu n�o sei viver sem voc�. Eu n�o posso ser nem a metade do que sou se voc� n�o estiver por perto."
O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso cora��o que sozinhos jamais poder�amos enxergar.
O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu n�o te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escurid�o. Se eu n�o te amasse tanto assim talvez n�o visse flores por onde eu vi, dentro do meu cora��o!"
Fico pensando que amar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impr�prios.
Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que n�o h� amor fora da experi�ncia do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a aus�ncia de flores n�o significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem n�o souber viver o sil�ncio da prepara��o n�o ter� o que florir depois...
Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou, e descobrir que as roseiras n�o d�o flores fora do tempo, nem tampouco fora do cultivo.
Se n�o h� flores, talvez seja porque ainda n�o tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras...
Se n�o h� flores, talvez seja porque at� ent�o ningu�m tenha dado a aten��o necess�ria para o cultivo daquela roseira.
A vida requer cuidado. Os amores tamb�m. Flores e espinhos s�o belezas que se d�o juntas. N�o queira uma s�. Elas n�o sabem viver sozinhas...
Quem quiser levar a rosa para sua vida, ter� que saber que com ela v�o in�meros espinhos.
Mas n�o se preocupe. A beleza da roza vale o inc�modo dos espinhos... ou n�o.