Sonhei
contigo embora nenhum sonho possa ter habitantes,
tu a quem chamo amor, cada ano pudesse trazer
um pouco mais de convic��o a esta palavra.
� verdade o sonho poder� ter feito com que,
nesta rarefac��o de ambos, a tua presen�a se
impusesse - como se cada gesto
do poema te restituisse um corpo
que sinto ao dizer o teu nome,
confundido os teus l�bios com o rebordo desta
ch�vena de caf� j� frio. Ent�o bebo-o de um trago
o mesmo se pode fazer ao amor,
quando entre mim e ti se instalou todo este espa�o-
terra,, �gua nuv�ns, rios e o lago obscuro do tempo
que o inverno rouba � transparencia da fonte.
� isto por�m, que faz qcom que a solid�o n�o seja mais
do que um lugar comum saber que existes, ai e estar contigo
mesmo que s� o silencio me responda quando,
uma vez mais te chamo.
"... Se o meu sorriso fosse do tamanho do mar...
Se o meu beijo fosse t�o quente como o fogo...
Se o meu abra�o fosse t�o apertado como um gancho...
Se o meu olhar fosse t�o profundo como teu...
Perdia-me em ti, amava-te para sempre
e beijava-te at� ao nascer do sol...
Mas como tudo isto n�o passa de um simples sonho,
vou dormir para sonhar t� ao fim dos meus dias!"
Gritas o meu nome quando n�o estou, queres-me s� para ti quando n�o posso... Aproveita a escurid�o, procura-me por ai e perde-te em mim.
Encontras-te o teu amor! Eu!
Queres-me s� para ti, compreendo-te. Fiz-te voar levando-te at� ao c�u... e agora? Queres mais? Um beijo? Um abra�o? Um amor?
Aproveita a escurid�o, faz-me endoidecer, provoca-me at� ao limite, faz-me suar e gritar... Que mais posso eu pedir neste momento a s�s?
"... h� qualquer coisa de leve na tua m�o
qualquer coisa que aquece o cora��o
ha qualquer coisa quente quando estas
qualquer coisa que prende e nos desfaz..."
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