Uma tarde quente...
Por: Daniel Spadoni
No s�bado, 19 de julho, viajei para o Nassau Coliseum em Long Island para ver Elvis Presley depois de muito tempo. Muita coisa tinha acontecido desde que eu o vi se apresentar em Dayton, em outubro de 73 e eu estava muito preocupado. Haviam v�rios hist�rias sobre o quanto ele havia engordado desde o �ltimo inverno, problema este causado por algum problema intestinal misterioso. Ele conseguiu perder algum peso, mas ainda estava gordo. Tamb�m havia outras hist�rias sobre problemas em seus olhos. Elvis supostamente estava com glaucoma. Embora eu j� o tivesse visto se apresentar por duas vezes, eu n�o sabia o que me esperava em Long Island.
Estava indo para assistir ao show da tarde e junto comigo foi minha m�e e tr�s amigos. Nenhum deles haviam visto Elvis se apresentar ao vivo. Pouco depois das 14:30 horas as luzes diminu�ram e milhares de pessoas estavam em suas poltronas vendo e ouvindo os m�sicos de Elvis se apresentarem. A audi�ncia desfrutou cada momento, mas voc� podia sentir a excita��o e tens�o come�ando a tomar conta do ambiente quando foi chegando a hora de Elvis se apresentar.
Durante o curto intervalo antes de Elvis entrar no palco, minha m�e comentou: �Eu n�o posso acreditar que vou v�-lo�. As luzes se apagaram e a multid�o rugiu em aprova��o. A orquestra de Joe Guercio come�ou a tocar o tema de 2001, todo mundo estava gritando e batendo palmas quando a can��o terminou, mas por alguns segundos Elvis n�o apareceu. Quando ele finalmente surgiu, o coliseu literalmente estourou. A multid�o come�ou a gritar e todos o aplaudiram de p�. Eu nunca vi nada parecido em toda minha vida.
Assim que vi Elvis, deixei escapar um grito...ele nunca pareceu verdadeiramente t�o magn�fico. Ele n�o estava t�o gordo, n�o estava t�o diferente de quando o vi em Dayton. Seu rosto parecia excepcionalmente jovem. Centenas de flashes pipocavam por todos os lados que, combinando com o frenesi da multid�o, fez a cena muito selvagem. Ap�s duas m�sicas, garotas come�aram a lan�ar objetos no palco, incluindo almofadas, bichos de pel�cia, flores e at� canetas.
Ele aceitou todos os presentes com um sincero �obrigado� e ent�o entregou-os aos cuidados de sua namorada que estava ao lado do palco. Eu n�o tenho certeza se era sua namorada, mas ela estava na esquerda do palco em uma poltrona especial; N�s s� pod�amos v�-la por tr�s, era loira e parecia muito bonita. Elvis olhou para ela v�rias vezes durante o espet�culo, e uma vez disse algo muito rapidamente para ela.
Em determinado momento, uma senhora lan�ou um bonito cinto vermelho. Ele lhe perguntou se foi ela quem havia feito o cinto, ent�o ajoelhou-se na beira do palco e a beijou enquanto a multid�o gritava. Elvis tamb�m beijou a testa de um beb� que foi erguido por algu�m, mas o maior momento foi quando ele apresentou um garoto de aproximadamente seis anos, vestido com um macac�o branco. Ele cantou Teddy Bear, abra�ado ao garoto e no final da can��o deu um terno beijo em seu rosto. Todo mundo achou aquele gesto muito bonito.
Se h� uma coisa em Elvis que me impressionava acima de tudo e de todos, era sua humildade. Ele disse �Obrigado� depois de cada can��o. Quando algu�m lhe jogava um presente, ele queria ter certeza de que aquela mesma pessoa receberia um de seus len�os. Outra qualidade de Elvis era o respeito com sua plat�ia. Ele se virou e cantou para todos os lados do Coliseum, n�o s� para quem estava na frente do palco.
Minha m�e chorou quando ele entrou no palco, e quando ela o olhou atrav�s do bin�culo ela disse: �Oh meu Deus... eu n�o posso acreditar o quanto ele � bonito!� Ao aproximar o fim do espet�culo, as meninas jogaram suti�s, uma bermuda feita para Elvis, uma saia e muitos outros objetos. Ele parecia realmente gostar destes presentes e agradeceu a todos. Ent�o ele disse: �Voc�s s�o uma plat�ia maravilhosa. Por favor, tomem cuidado ao voltarem para suas casas e Deus os aben�oe�, ent�o ele come�ou seu tradicional n�mero final, com centenas de mulheres correndo para frente do palco na esperan�a de ganhar um len�o.
Como j� mencionei, sua humildade e educa��o eram excepcionais. Ele n�o precisava ter beijado aquele beb� ou aquela senhora e nem aquele garoto no palco. Ele n�o tinha que falar para as pessoas tomarem cuidado ao voltarem para suas casas e nem pedir para que Deus as aben�oasse. Mas ele fez isso sem nenhuma falsidade. Ele fazia essas coisas com muita sinceridade porque amava seus f�s. Ele sabia que sem eles, ele n�o seria nada.
Quando ele terminou a can��o, ele come�ou a apertar as m�os das pessoas que estavam na frente do palco. Ent�o caminhou de um lado ao outro do palco, de maneira que todos pudessem v�-lo pela �ltima vez. Eu estava emocionado, estava dif�cil deixar meu assento. Quando sa�mos do Coliseum, uma das pessoas que estava comigo perguntou: �Quando n�s vamos v�-lo novamente?� Aquela pergunta n�o me deixou surpreso, porque ver Elvis uma �nica vez n�o era suficiente.
Eu, pessoalmente, estava muito satisfeito com sua apresenta��o. Ele esteve muito bem e honestamente, posso afirmar que j� vi muitos grupos de rock se apresentarem no pa�s, e de ter participado de v�rios eventos esportivos e nunca testemunhei esse tipo de excita��o de quando Elvis deixou o palco. A intensidade da resposta � dif�cil acreditar. As recorda��es deste dia v�o ficar sempre em minha vida...