Minimamente feliz
(Leila Ferreira)
A felicidade, ao contr�rio do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, n�o � um estado m�gico e duradouro.
Na vida real, o que existe � uma felicidade homeop�tica, distribu�da em conta-gotas.
Um p�r-de-sol aqui, um beijo ali, uma x�cara de caf� rec�m-coado, um livro que a gente n�o consegue fechar.
S�o situa��es e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e m�dio porte e at� grandes (ainda que fugazes) alegrias.
Eu contabilizo tudo de bom que me aparece, sou adepto da felicidade homeop�tica.
Tenho consci�ncia de que s�o momentos de felicidade e vivo cada segundo.
Alguns crescem esperando a felicidade com mai�sculas e na primeira pessoa do plural: D� pra ser feliz no singular: Podemos viver momentos �timos mesmo n�o estando acompanhados e que n�o tem sentido esperar at� que um fato m�gico nos fa�a felizes.
E faz parte da minha �dieta de felicidade� o uso moderad�ssimo da palavra �quando�.
Aquela hist�ria de �quando eu ganhar na Mega Sena�, quando eu tiver um emprego fabuloso�. Tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje.
Como tantos j� disseram tantas vezes, aproveite o momento.
E quem for ruim de contas, recorra � calculadora para ir somando as pequenas felicidades.
Podem at� dizer que nos falta ambi��o, que essa soma de pequenas alegrias � uma opera��o matem�tica muito modesta para os nossos tempos.
Que digam.
Melhor ser minimamente feliz v�rias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.