Nos len��is de seda em mar sereno
Tocam os dedos de um sol madrugador�
Desperta o planar de uma gaivota
No desabrochar de uma fina flor
Desamarro das margens do rio
Batel pintado com cheiro de jardim�
Redes enleadas no engodo do amor
Veste-se t�mida a manh� num cais de cetim
Zarpo ao encontro do sol
Horizontes onde as sereias cantam �
Erguem-se nas caudas de fabulosas baleias
Salpicos de magia, sonhos que se agigantam
Nascem os medos das tormentas
Tempestades sem eira nem beira�
Recolho versos e remo com bra�os de velas
Rumo �s vagas, oceanos sem esteira
Liberto �s estrelas o olhar
Que transborda sonhos de menino�
Com olhos de luz aprende a sonhar
Conta fixadas estrelas em desalinho
Desamarram-se no fundo, os corais!
O velejar da poesia em que mareio�
Abrem-se as conchas jogadas ao mar
B�zios ecoam nas nuvens do devaneio
A lua faz-me acreditar!
Os rios desaguam esperan�a�
O horizonte estende-me a m�o
Rasgam-se sorrisos de crian�a
Atl�nticos enchem-se de luz
A gar�a sem par voa em bandos�
O vento amarra o tempo em remoinhos
Saltam golfinhos, o grunhir dos encantos
Abro as janelas � imagina��o
O isco � lan�ado na rota de um navio�
Inundo a alma no azul profundo
Barca�a que flutua no desvario
A lua despe o v�u deixando cair o luar
Com ele descendem estrelas e sonhos risonhos�
Mergulho os anz�is ao fundo dos c�us
E somente serei, um pescador de sonhos!