Tentei ler a minha cole��o de livros de fic��o cient�fica. Tem umas frases impactantes no meio daquelas coisas de naves e explos�es. Nem isso funcionou dessa vez, a minha cabe�a viajou tanto, mas tanto, que quase faltou gasolina. Faltou f�lego, na bem da verdade. Faltou um pouco de mim. E falta, diariamente. Mas quem � que nunca olhou o horizonte e se sentiu assim, distante? Como se a vida fosse inalcan��vel.. Sonhos inalcan��veis. Eu queria tanto ter bra�os maiores, agarrar aquelas estrelas que - Eu juro - Me sorriem enquanto brilham. E isso n�o � fic��o cient�fica! Acontece que eu j� n�o sou o que era, que aquilo que pretendo ser n�o se clareia e que tudo se confunde: Os tempos verbais, a realidade e a fic��o, os sonhos e os pesadelos, eu e os meus medos. A verdade � que talvez os v�cios nunca sumam, os traumas nunca cicatrizem e as pr�prias verdades nunca apare�am. Se eu fosse Bukowski, beberia. Se eu fosse Vinicius de Moraes, comporia. Se eu fosse eu, ainda n�o encontrei a resposta. � por ser essa d�vida t�o grande e abusar demais dos adjetivos que me perco, que me estendo cada vez que me diminuo. N�o h� Bukowski que me embebede; N�o h� Vinicius que me soletre. E n�o h� fic��o que me salve da realidade.
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