S�o duas horas discutindo sobre um amor do qual n�o quero mais fazer parte. Suas palavras, mesmo em alto e bom portugu�s, parecem n�o mais falar minha l�ngua. Eu poderia muito bem gritar igualmente, se voc� n�o estivesse t�o cega. Tenho um segredo pra lhe contar: Seus her�is tamb�m t�m defeitos, todos eles escondidos atr�s do sorriso no comercial de TV a cabo. O ferimento em si nem d�i tanto quanto ver sua inten��o em me ferir. Palavras t�o pequenas de quem parece n�o ter mais nada a perder, somente um fad�rio de coisas a dizer, sempre antes de pensar. Percebo que n�o importa mais onde eu esteja, preso num quartinho sem id�ias ou caminhando livre na chuva, j� n�o adianta sonhar, se em todo amanhecer preciso olhar no espelho e dizer para mim mesmo que aqui � o lugar. Todos os seus gritos me deixam com a impress�o de que estou sempre atrasado, ou pior, que j� estive por aqui por tempo demais. Fico rouco diante de perd�es formais, que dir� quando a solid�o se manifesta t�o necess�ria. A partir de hoje, s� o que for muito, muito leve, bonito e f�cil. A grande maioria desiste. Eu, s� estou abrindo m�o. Concordo contigo, tamb�m aconteceu comigo: O meu cora��o h� tempos partiu. Para outro lugar.