Uma geração inteira perdida? O que vemos é a aglomeração de seres assustados: ocupados com o serviço, preocupados com o futuro e ocultados pela elite financeira. O capitalismo esgota os trabalhadores para que eles não tenham tempo de pensar na revolução.
É visível o cansaço de cada rosto esmagado na tela. Um sufoco coletivo para sonhos individuais. As indústrias, ao fundo, aparentam mais livres que a classe operária. Eis que ânsias se apossam na brecha das esperanças roubadas. A imagem me lembrou o som Negro Drama, do Racionais Mc’s, no qual Mano Brown esvazia os pulmões declamando:
“A multidão é um monstro sem rosto e coração. Hey, São Paulo, terra de arranha-céu, a garoa rasga a carne. É a Torre de Babel”.