Pulsar
Gerla, Dreaming of a white christmas
O amor n�o � uma plan�cie a perder de vista. O amor n�o � um horizonte plano onde n�o se passa nada para al�m da luz que alterna a noite e o dia. O amor n�o � um tra�o cont�nuo numa estrada nem uma linha recta geometricamente calculada. O amor n�o � branco que n�o � cor nenhuma mas aus�ncia dela. O amor n�o � uma esfera, mon�tona, sem pontas por onde pegar. O Amor � uma montanha, alta, �ngreme e agreste que nos faz olhar para cima e nos desafia a subir, na esperan�a de tocar o c�u com a ponta dos nossos dedos e sentir os p�s vitoriosos sobre a vertigem da escalada. O amor � um peda�o de gelo cheio de arrestas e muitos lados, uma forma prism�tica de perceber quem somos, o que vemos na complexidade dimensional que nos estrutura a exist�ncia. O amor � uma parede rugosa, irregular, viva e de personalidade dif�cil que n�o nos deixa encostar, que nos incomoda e nos faz reparar em coisas que nem suspeitamos em paredes lisas. O amor � velocidade, � cor, � estado l�quido e estado s�lido alternados e em simult�neo, � fogo e gelo, como uma ilha islandesa mais do que qualquer outro lugar no mundo. � um livro sem texto permanente, que se escreve a si pr�prio sem nunca chegar ao fim. Porque o amor � selvagem, cheio de tempestades, um movimento em espiral que nos leva numa viagem alucinante dentro e fora de n�s. O amor � o infinito matem�tico, as casas decimais intraduz�veis. Amar � perceber que o Amor � acima de tudo um ritmo, um pulsar, um cora��o que bate, o milagre da vida na sua complexidade microsc�pica em que tudo se transforma, tudo evolui. Tu e eu somos vida, o reboli�o que nos vem de dentro � Amor. Nem mais nem menos do que este perp�tuo movimento de uma em direc��o � outra. Sempre sem parar.
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