Como tudo o que se promete, a vida acontece umas vezes cumprida outras vezes por cumprir. E o car�cter de cada um define-se pelas escolhas que se fazem e pelo bem que somos capazes de perceber nos outros. Ver para al�m do umbigo � dif�cil, mas � preciso para n�o morrermos fechados em n�s mesmos como v�timas das circunst�ncias. Se formos generosos percebemos que o Mal n�o est� nos outros, mas sim no nosso ego�smo da autocomisera��o e na incapacidade de trocar o sofrer pelo agir. Se tivermos coragem de assumir o que � verdadeiro e optar pelo lado positivo, em que a vontade � igual ao Bem, o Mal passa e n�o nos toca, porque o Mal ocupa apenas o lugar deixado vago pela nossa passividade. E isso � suficiente para nos percebermos um bocadinho melhor e n�o imputamos aos outros a culpa de tudo o que nos acontece. Porque a culpa dos outros n�o � mais do que a incapacidade de nos gerirmos a n�s mesmos, porque n�o gostamos de quem somos e projectamos esse desamor nos outros como um mecanismo de autopreserva��o, uma estrat�gia de sobreviv�ncia. � mais f�cil escolher ser v�tima do que agir em n�s mesmos. � fundamental compreender que n�o podemos mudar o mundo, mas podemos mudar o que em n�s est� desordenado. Escolher ver o Bem �, antes de mais, aprender a gostar n�s e privilegiar a paz de esp�rito. A partir da�, a vis�o do mundo altera-se, os dem�nios desaparecem e os outros deixam de ser uma amea�a. Evolu�mos.