Agora as semanas v�o passando
cada vez mais dif�ceis e mais pobres
porque me sobra o amor
e o amor n�o deve sobrar nas m�os
de quem tanto o quer dar.
Tudo sobra no sil�ncio.
N�o morri, n�o morreste,
mas as saudades s�o quase dessa forma
irrepar�veis.
N�o tenho vergonha nenhuma de dizer,
a quebrar o sil�ncio, que tenho saudades.
Porque as tenho e coisa nenhuma
no mundo me distrai dessa solid�o
c� dentro que sinto como ar irrespir�vel.
 Metade da minha vida foi-se
e j� n�o tenho outro tempo de vida
para aquilo que s� acontece uma vez na vida,
porque j� aconteceu quando te encontrei.
"Tudo � eterno enquanto dura",
foi a mais dura li��o que aprendi.
Soubesse eu e teria tornado os momentos de infinito
ainda mais infinitos, at� o tempo parar
e fixar-nos nessa eternidade.
Teria aproveitado mais, pensado menos.
Teria rido mais vezes descontrolada
e sem pudor e teria feito rir da mesma forma.
Teria abra�ado mais do que
� poss�vel os bra�os abra�arem.
Fiz tudo isso, dei tudo,
 o melhor que sabia pelo menos.
N�o sabia tudo, ningu�m sabe tudo.
Mas teria feito tudo em duplicado,
 em triplicado, dezenas,
centenas de milhares de vezes,
porque n�o seria demais a felicidade
e o Amor n�o sobraria feito solid�o interior
 num cora��o que n�o sabe deixar de amar.