Nasce um abismo profundo dentro do peito no deixar de querer o
que se perdeu da m�o. A vertigem da queda arrasta uma falta
de f� ainda mais funda do que vazio do abismo.
Porque deixar de querer � deixar de lutar, baixar
os bra�os e encolher ombros. E h� em tudo isto uma esp�cie
de morte interior que entorpece o corpo, embalado nos
bra�os frios da ideia de nada.
Deixar de querer � assumir o erro do que, antes, foi vida
e verdade absoluta em n�s e perder raz�o por dentro � escavar
no que sobra o abismo.
Mas deixar de querer � preciso quando � a �nica salva��o,
a f� que resta num princ�pio de liberdade como asas � beira do
precip�cio. N�o se pode querer o que, no cora��o,
escolheu deixar de ser nosso - quem de n�s partiu
deixou deixou morrer o que, dantes, foi um
querer nosso.