Andam nuvens, desencontradas da esta��o do ano,
� deriva num c�u de cor quente imposs�vel.
Ando eu, por entre as nuvens,
� procura de forma e de tempo conveniente.
Andam horas a passar num imenso reboli�o,
sem noite nem dia, s� meio dia intermitente.
Andam p�ssaros �s voltas, de um lado para outro,
num desconcerto sem descanso e flores que crescem no ar
a tentar chegar-lhes em poemas.
Anda o universo a desfazer-se em m�sica que n�o chega ao ch�o
e �rvores que se esticam para o c�u para apanhar uma can��o.
E ando eu, de nuvem e nuvem, a falar alto de infinito
e de amor perp�tuo que ningu�m acredita que existiu.