Sabes que te espero na deambula��o abstracta das horas, no espa�o incerto dos caminhos?
Sabes que te deito, todas as noites, perto de estrelas, nas imedia��es de luas, em espa�os encantados, hipnotizados, por coisas como o fogo e a Beleza?
Sabes que avan�o sobre ti, todos os dias, como um raio de sol impar�vel, como uma labareda l�quida, de um azul improv�vel?
Sabes que avan�as sobre mim, todos os dias, como um vento de palavras, como uma tempestade de cores e de vida?
Sabes que cresces em cada um dos meus minutos, em cada uma das minhas respira��es?
Sabes que me adormeces, todas as noites, nas estrelas, nas luas, nos espa�os encantados em que brincas com coisas como o fogo e a Beleza?
Sabes que me dizem que n�o existe futuro? Sabes que me dizem que n�o existe caminho? Sabes que me dizem que n�o existe para onde ir?
Sabes que n�o quero saber? Sabes que quero saber apenas da loucura azul que deitas nos meus dias, que derramas, com a tua a voz e o teu olhar, no meio da minha vida?
Sabes que pouco mais me importa quando me embriagas de sol, de cor, e de infinito?
Eu celebro a imensa loucura dos dias. Eu celebro a imensa profus�o de ti. Eu celebro a gigantesca cavalgada do amor por entre as semanas. Eu celebro a magnific�ncia do saque e da pilhagem com que a paix�o esmaga os dias iguais. Eu celebro o seu ventre fecundo, onde nascem os dias das cores, os dias das flores, os dias dos ventos e dos fogos, e os dias das coisas l�quidas.
Eu celebro o mundo que temos.
Eu celebro o mundo que criamos.
Eu celebro a loucura em que nos amamos.