5) Se a reencarna��o dos esp�ritos � um castigo para eles, o ter corpo seria um mal para o esp�rito humano. Ora, ter corpo � necess�rio para o homem, cuja alma s� pode conhecer atrav�s do uso dos sentidos. Haveria ent�o uma contradi��o na natureza humana, o que � um absurdo, porque Deus tudo fez com bondade e ordem.
6) Se a reencarna��o fosse verdadeira, o nascer seria um mal, pois significaria cair num estado de puni��o, e todo nascimento deveria causar-nos tristeza Morrer, pelo contr�rio, significaria uma liberta��o, e deveria causar-nos alegria. Ora, todo nascimento de uma crian�a � causa de alegria, enquanto a morte causa-nos tristeza. Logo, a reencarna��o n�o � verdadeira.
7) Vimos que se a reencarna��o fosse verdadeira, todo nascimento seria causa de tristeza. Mas, se tal fosse certo, o casamento - causador de novos nascimentos e reencarna��es � seria mau. Ora, isto � um absurdo. Logo, a reencarna��o � falsa.
8) Caso a reencarna��o fosse uma realidade, as pessoas nasceriam de determinado casal somente em fun��o de seus pecados em vida anterior. Tivessem sido outros os seus pecados, outros teriam sido seus pais. Portanto, a rela��o de um filho com seus pais seria apenas uma casualidade, e n�o teria import�ncia maior. No fundo, os filhos nada teriam a ver com seus pais, o que � um absurdo.
9) A reencarna��o causa uma destrui��o da caridade. Se uma pessoa nasce em certa situa��o de necessidade, doente, ou em situa��o social inferior ou nociva -- como escrava, por exemplo, ou p�ria � nada se deveria fazer para ajud�-la, porque propiciar-lhe qualquer aux�lio seria, de fato, burlar a justi�a divina que determinou que ela nascesse em tal situa��o como justo castigo de seus pecados numa vida anterior. � por isso que na �ndia, pa�s em que se cr� normalmente na reencarna��o, praticamente ningu�m se preocupa em auxiliar os infelizes p�rias. A reencarna��o destr�i a caridade. Portanto, � falsa.
10) A reencarna��o causaria uma tend�ncia � imoralidade e n�o um incentivo � virtude. Com efeito, se sabemos que temos s� uma vida e que, ao fim dela, seremos julgados por Deus, procuramos converter-nos antes da morte. Pelo contr�rio, se imaginamos que teremos milhares de vidas e reencarna��es, ent�o n�o nos ver�amos impelidos � convers�o imediata. Como um aluno que tivesse a possibilidade de fazer milhares de provas de recupera��o, para ser promovido, pouco se importaria em perder uma prova - pois poderia facilmente recuperar essa perda em provas futuras - assim tamb�m, havendo milhares de reencarna��es, o homem seria levado a desleixar seu aprimoramento moral, porque confiaria em recuperar-se no futuro. Diria algu�m: �Esta vida atual, desta vez, quero aproveit�-la gozando � vontade. Em outra encarna��o, recuperar-me-ei� . Portanto, a reencarna��o impele mais � imoralidade do que � virtude.
Continua...