A palavra 'presci�ncia' (em grego: prognosis. Usada somente em Atos 2:23 e I Pedro 1:2) n�o � id�ntica � palavra 'conhecer' (em grego: proginosko,Usada em Atos 26:5; Rom. 8:29; 11:2; I Pedro 1:20 e II Pedro 3:17) mesmo que � relatada a ela. A palavra 'presci�ncia' tem mais do que um mero conhecimento pr�vio de fatos embutido nela. � claro que Deus conhece todas as coisas e todas as pessoas pois ele � onisciente. Todavia a palavra 'presci�ncia' tamb�m tem um entendimento de preordena��o ou uma prepara��o pr�via (Thayer's L�xico. Citado em Simmons, p. 211, Ingl�s). A presci�ncia de Deus n�o somente conhece tudo, mas determina tudo em rela��o � salva��o: O nascimento de Cristo (Gal 4:4), a morte de Cristo pelas m�os injustas (Atos 2:23; 4:28), as pessoas a serem salvas (I Pedro 1:2, "os eleitos"), o envio da mensagem a estes (Atos 18:10) e a hora que cr�em (Atos 13:48). Tudo foi segunda a Sua ordena��o explicita que, por sua vez, � segundo a Sua vontade que � eterna (II Tess 2:13,14; Rom. 9:15,16). � nesse sentido de preordena��o, que a salva��o � segundo a presci�ncia de Deus.
Deus conhece os Seus intimamente com um amor especial e a palavra 'presci�ncia' indica isso. A presci�ncia que Deus tem do Seu pr�prio povo quer dizer Sua complac�ncia peculiar e graciosa para com Seu povo" (Coment�rio de Jamieson, Fausset, e Brown, citado pelo Simmons, p. 241, Portugu�s). Por ter um amor especial, Deus age para com os Seus em maneiras especiais (Deut. 7:7,8; Jer 31:3; Rom. 9:9-16; I Jo�o 4:19). No sentido de preordena��o, os eleitos s�o especialmente e intimamente amados antem�o. � nessa maneira eles s�o determinados em I Pedro 1:2 de serem eleitos "segundo a presci�ncia de Deus".
H� os que determinem que a vontade eterna de Deus � baseada naquilo que vem livremente do homem: a sua vontade. Isso s�ria de basear a salva��o Divina no conhecimento anterior que Deus tem de algumas a��es do homem. Se a vontade de Deus � baseada na a��o que Deus conhecia antem�o que um homem faria � verdade que o conhecimento da a��o do homem veio antes da pr�pria vontade de Deus. Mas como temos estudado, Deus � antes de todas as coisas, e, em verdade "todas as coisas subsistem por Ele" (Col. 1:17). A salva��o do pecador n�o � baseada na vontade do homem, mas na de Deus (Ef�s 1:11). O novo nascimento "n�o vem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo�o 1:13; Rom. 9:16). Por isso, quando consideramos a causa da salva��o, tanta a vontade soberana e a presci�ncia de Deus s�o contempladas. Os eleitos "segundo a presci�ncia" de Deus s�o os que foram eleitos 'em' a presci�ncia de Deus (Simmons, p. 211, Ingl�s). Os eleitos s�o chamados n�o segundo as suas obras, mas, "segundo o Seu pr�prio prop�sito e gra�a" que foi-lhes dado em Cristo Jesus antes dos tempos dos s�culos (II Tim 1:9).
A presci�ncia, contudo, n�o anula que o homem tem uma escolha na salva��o. Os mandamentos de Deus para com o homem e as promessas de Deus em resposta �s a��es do homem confirmam que o homem tem responsabilidade pessoal. Todavia, a presci�ncia garanta que os eventos preordenados ser�o feitos, at� mesmo pela a��o livre do homem. A referencia de Atos 2:23 e as m�ltiplas profecias sobre a vinda, vida, morte, ressurrei��o de Cristo, a implanta��o da sua igreja no mundo e os eventos que chamamos ainda de 'futuros' s�o provas que a presci�ncia garanta eventos predeterminados sem anular a a��o livre do homem.
Aqueles que Deus n�o conheceu intimamente (Mat. 7:23) s�o os condenados. Devemos frisar que estes n�o s�o condenados por n�o serem especialmente conhecidos antem�o por Deus, mas por praticarem a iniq�idade. S�o eternamente julgados por n�o buscarem a justi�a de Deus pela f� (Rom. 9:31-33). O inferno � para os que "n�o se importaram de ter conhecimento de Deus" (Rom. 1:28). A B�blia diz claramente que "o erro dos simples os matar�, e o desvario dos insensatos os destruir�" (Prov. 1:25-32). Os "entenebrecidos no entendimento" s�o verdadeiramente separados da vida de Deus. Essa separa��o n�o � pela elei��o, mas, biblicamente, "pela ignor�ncia que h� neles, pela dureza do seu cora��o" (Ef�s. 4:17-19). Os salvos s�o recipientes da miseric�rdia e da gra�a de Deus segundo a Sua vontade e trazidos ao arrependimento e a f� em Cristo (Jer 31:3; Rom. 9:14,15; Ef�s. 2:5-9). Os salvos t�m somente a Deus, Seu amor e a Sua vontade para louvarem eternamente. Os n�o salvos n�o s�o recipientes da miseric�rdia e da gra�a especial de Deus e s�o condenados pelos seus pecados (Rom. 6:23). Eles somente podem culpar o seu pr�prio pecado pois s�o estes que separam-se de Deus (Isa 59:1-3). Os condenados t�m somente a sua incredulidade para os acompanharem pela eternidade (Jo�o 3:18,19). Devemos lembrar-nos que o prop�sito da salva��o, que j� estudamos, n�o � nem a salva��o ou a condena��o do homem, mas a pr�pria gl�ria de Deus. Tanto a salva��o quanto a condena��o operam para este fim (Prov. 4:16). A presci�ncia faz parte da causa da salva��o e n�o da condena��o.
Pr�ximo estudo : A Vontade de Deus !!!